Conselho de Segurança volta a se reunir sobre Ucrânia após ataque à usina nuclear do país

Reino Unido convocou sessão de emergência, horas após o ataque à instalação em Zaporizhzhia, considerada a maior usina nuclear da Europa, que passou ao controle de forças russas; chefe da Agência Internacional de Energia Atômica, Aiea, também falou na reunião.

| ONU NEWS


ma manifestação de protesto contra a guerra na Ucrânia é realizada do lado de fora da sede da ONU em Nova York, enquanto o Conselho de Segurança se reunia pedindo uma Sessão de Emergência da Assembleia Geral sobre a Ucrânia - Foto: ONU/Loey Felipe

O Conselho de Segurança realiza, nesta sexta-feira, uma reunião de emergência para discutir a situação na Ucrânia após os ataques de forças russas à Usina Nuclear de Zaporizhzhia.

A embaixadora do Reino Unido, Barbara Woodward, afirmou que essa é a primeira vez que um Estado ataca uma usina nuclear em pleno funcionamento, o que fere as leis do direito internacional e as Convenções de Genebra.

Segurança

Após a ofensiva, na madrugada de quinta-feira, forças russas tomaram o controle da usina. A Agência Internacional de Energia Atômica, Aiea, disse que um projétil atingiu um prédio nos arredores da usina, iniciando o incêndio, que foi controlado horas depois.

De acordo com a Aiea, os sistemas de segurança dos seis reatores da usina não foram afetados e não houve liberação de material radioativo.

Na abertura da reunião no Conselho de Segurança, a subsecretária-geral de Assuntos Políticos e Consolidação da Paz, Rosemary DiCarlo, também ressaltou a importância de manter a segurança das instalações nucleares e lembrou o desastre de Chernobil, em 1986.

Para DiCarlo, operações militares em torno de instalações nucleares e outras infraestruturas civis críticas não são apenas inaceitáveis, mas altamente irresponsáveis.

Assim, ela afirmou que todos os esforços devem ser feitos para evitar um “incidente nuclear catastrófico”.

Energia Atômica
Ao assumir a palavra, por videoconferência, o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica, Rafael Mariano Grossi, falou aos membros do órgão diretamente do avião a caminho do Irã.

Ele se ofereceu para visitar a Usina Nuclear de Chernobil para garantir o compromisso dos países com a segurança das centrais nucleares da Ucrânia.

Para ele, "já é hora" de impedir o conflito que coloca as instalações nucleares em risco. Ele explicou que sua visita seria exclusivamente para assegurar a continuidade regular das operações, de forma mais técnica, sem sobrepor os esforços diplomáticos em curso.

Segundo Grossi, o governo afirma que não há alterações nos níveis de radiação.

O diretor da Aiea também destaca que os bombardeios na área de uma usina nuclear violam o princípio fundamental da segurança da integridade física das instalações nucleares.

Zaporizhzhia
A agência da ONU informou que a situação continua delicada e ainda não foi possível acessar todo o local para avaliar se todos os sistemas de segurança estão totalmente funcionais.

O Centro de Incidentes e Emergências da Aiea está em alerta máximo devido aos eventos na central nuclear de Zaporizhzhia, de acordo com o diretor-geral. O Centro estará disponível para receber, avaliar e divulgar continuamente informações sobre os desenvolvimentos.



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