Se para Dourados desde 1951 (atualmente adaptado aos novos tempos e veiculado no formato virtual) o jornal O Progresso é uma das principais referências em Mato Grosso do Sul em termos de meios de comunicação, a sua Diretora-Presidente, Adiles do Amaral Torres, completa no dia 29 de dezembro 89 anos de testemunha ocular dos fatos políticos e sociais da cidade que teve ruas e terrenos demarcados pelo seu pai, o agrimensor Wlademiro Muller do Amaral. Falar de Dona Adiles e não falar de O Progresso é esquecer de uma das principais razões de vida dessa simpática e educada senhora, que tem na família (as filhas June e Blanche e os netos e bisnetos) a outra força espiritual que a mantém ainda voz ativa sobre os rumos do jornal, dirigido agora por Blanche, que é jornalista e se dedica também ao campo das artes.

Adiles “viveu' a cidade transitando desde muito cedo pela sede do jornal, reativado pelo seu pai após passar um período sem circular. É nesta das muitas voltas que o mundo dá que a história de Adiles se encontra com a do jovem advogado Weimar Torres, filho de Rangel Torres, o fundador da primeira versão de O Progresso, em 1920, e com o qual se casaria aos 17 anos.

Weimar Torres tinha grande propensão para a comunicação e também para a política, como mostrou tanto o sucesso do jornal como a sua eleição, mais tarde, para vereador, deputado estadual e o primeiro deputado federal do então Mato Grosso uno eleito por Dourados, sendo o mandato de deputado federal interrompido por um trágico acidente aéreo, do qual o experiente e veemente defensor de Dourados na seara política foi uma das vítimas fatais.

Adiles tinha então 34 anos e neste período passou por muitos momentos críticos, inclusive a doença e a morte do filho Weimar Jr, que morreu quatro anos depois do pai, mas sabendo do seu compromisso com a família e com o sonho de Weimar (manter vivo o jornal) se refez e está cumprindo a promessa feita ao marido de que nunca iria deixar esse sonho se esvair. Hoje a família tem outro sonho: Criar um museu para poder abrigar tanta história, de tantas gerações.

Hoje a mãe, avó, bisavó, na condição de Diretora-Benemérita, tem menos afazeres que o que se via quando se chegava à sede do jornal, na Avenida Presidente Vargas: Dona Adiles indo da redação para o setor administrativo, do setor administrativo para a editoração, recebendo em sua sala e tratando da mesma forma famosos e “anônimos', ágil, perspicaz e sendo exemplo como pessoa e como profissional.

Ao lado das filhas June e Blanche, dos netos Homero, Dharana, Ingrid e Sofia (filhos de June) e Louise e Weimar (filhos de Blanche), dos bisnetos Manuela, Sara, Beatriz, Maria Helena e Mariana e do companheiro de todas as horas Carlos Alberto Farnesi, Dona Adiles tem muita história para comemorar.